segunda-feira, maio 26, 2008

« ja estiveste apaixonado?»

CHUVA, muita CHUVA,

ai amor... amor.
amor que me pões tolo e vaidoso,
que me obrigas, quase, a corar
quando, entre piropos e desejos
me mandas palavras e beijos
como se quisesses namorar.

há dias em que o amor é mais atrevido,
é naqueles dias em que nos fala ao ouvido,
em que sussurra quase sem voz
mordendo os lábios em carícia
em convite pleno de malícia
dando mesmo cabo de nós.

e depois...bem, e depois é assim:
mal chega logo se sente,
inda sem falar já se pressente
que se apaixona por mim
mesmo se eu estiver ausente.
poema, canção, mulher feita
o amor chega a ser varina
pé descalço em cada esquina
convés ou porão não se atina
é uma fragata que ao mar se deita.

e chega sempre cedinho.
quase sempre, pé ante pé,
antes do sol nascer
devagar, devagarinho...
tal como a maré calma,
que p´ras gentes da ralé
mais vale parecer
porque ninguém vende a alma
e o amor... ai o amor é como é.

e mais vale uma palavra sincera
um soneto sentido
que logo se faz quimera,
que logo rompe a primavera
e o amor fica comigo.

e já agora p´ra não quebrar encantos:
que se saiba que os namorados;
que todos os corações apaixonados
antes de se quedarem cansados
são vítimas de amores sem prantos.

Pura Incerteza

(não sei pq o terminei)


O vento Soprou, suave pela manhã.
fresco, transportava gotas de orvalho
que haviam beijado as flores
quando o sol despertou no seu primeiro brilho,
no primeiro bocejo em alvorada de primavera.

na cidade o primeiro gorgulho de gente
que mal acorda remete o sono por debaixo do travesseiro
e desponta num esbracejar quase dando os bons dias,
quase agarrando, de novo, a vida num só abraço.

a primavera tem dias assim.

e mesmo que chova; e mesmo que o sol não brilhe
e as águas, ao invés de calmas se agitem;
e mesmo que os rouxinóis não cantem
ou o sono nos faça atrasar...

... a primavera tem cheiro próprio. SENTE-SE...
... há um perfume no ar a maçãs verdes, um raio de sol
que sempre espreita entre as nuvens,
há sempre uma anunciação de dias felizes com gente feliz.

será um anjo? será um deus? será, talvez,
a natureza no seu esplendor...

a primavera é a propria natureza em flor;
é um anjo e um deus; é a nossa vida que
brota de novo e de novo se dá em flor.
a primavera não é recanto nem porto de abrigo,
antes campo aberto ou nascente de um rio
que sai de encontro à sua foz.


A primavera é a mãe dos iluminados,
companheira da lua, cúmplice dos amantes.
É a verdade antes da mentira,
a inocência antes da esperteza,
a nudez antes do pudor.

é o amor que brota de uma mãe que
não sabendo, apenas, amar um filho
ama os filhos de todas as mães.
a primavera é a primeira pessoa
do presente do indicativo do verbo vida
porque a vida é um verbo que se conjuga
com a força do amor e a força dos que amam.

a primavera é o dia mais feliz
entre todos os dias felizes!